quarta-feira, 30 de março de 2016

Crónica




A CRÓNICA DA CANETA


Estamos no Natal, por isso estou à minha secretária a escrever postais de Natal para os amigos. Estou a brincar! Já ninguém faz isso. Enviamos umas felicitações pelo facebook ou uma mensagem igual para todos os contactos e já estão cheios de sorte.
Mas estou à secretária. De caneta na mão. A preencher os “De” e “Para” de todos os presentes que vou oferecer na noite de 24. E é por isso que estou tão pensativo...
Olho para a minha caneta e apetece-me falar de um assunto de extrema importância. Peço aos leitores que começaram a ler esta crónica, que a terminem mesmo de ler, pois este assunto é urgente e tem que ser falado, analisado, debatido: falo sobre os orifícios da parte lateral e da tampa das canetas BIC.                            
Julgo que os leitores devem estar a pensar que estes orifícios não têm vantagens nem desvantagens, mas acreditem (ou não), eles têm. Começaremos com as vantagens: O orifício na tampa das canetas BIC é feito para a vossa segurança, estimados leitores… Quem não tem aquele amigo que adora roer (e quase comer) as tampas das canetas BIC? O orifício da tampa serve para quando, “acidentalmente”, o seu amigo engole a tampa das canetas. O orifício fará com que o ar continue a passar dos pulmões para a boca, caso a tampa fique presa na faringe. Inteligente, não é?
Bem, já conhecemos a vantagem do orifício da tampa, mas vocês leitores, devem já estar a interrogar-se sobre a vantagem do orifício na parte lateral. Passo a explicar: Todos nós temos aquele amigo que adora viajar… Esse orifício serve para igualar a pressão atmosférica entre o exterior e o interior da caneta no avião. Caso esse orifício não existisse, a caneta explodiria e o seu amigo ficaria todo sujo de tinta de caneta e com um bloco de notas por escrever. Igualmente inteligente, não é?                         
No entanto, esses orifícios têm uma grande desvantagem. Uma desvantagem maior do que qualquer outra que possa imaginar: é que esses orifícios são pouco conhecidos e, sem conhecer a sua real importância, podemos achá-los simplesmente... ridículos!
Toda a gente tem aquele amigo que chegou a uma fase da sua vida que se questionou sobre a existência destes orifícios, e como não encontrou qualquer explicação, colocou um ponto-final-parágrafo à sua existência. Triste, não é?                                                       
Acredito que os orifícios das canetas BIC possuam mais vantagens do que desvantagens e se, tal como eu, quiser neutralizar os danos da desvantagem dos orifícios das canetas BIC, passe o testemunho, como eu fiz.
Agora fico por aqui... Ainda tenho muitos cartões para preencher e não quero passar a consoada de caneta na mão...


João Balau



quinta-feira, 24 de março de 2016

Texto a partir de um quadro


A CONCHA

        Procuramos o amor como buscamos uma concha numa ilha deserta.
      Vivemos a vida assim... Como se só houvesse essa concha. Por vezes, tentamos fugir dela, porque há medo que nos magoem, mas quando a encontramos é algo mágico, harmonioso e forte. Deixa-nos no céu, parecemos um pássaro, mas sem asas.
      O amor é como tudo o que vem e volta, porque a concha diz-nos que devemos encontrar aquele que nos fará feliz e que ficará connosco para sempre.
      O amor sai de dentro da concha e explica-nos que nem todos não o podem ter. Mesmo quem ama, também não sente da mesma maneira, pois o que sentimos surge de maneira estranha e misteriosa. Uns mostram arrogância, uns mostram-se nas nuvens e depois existem aquelas pessoas que mostram medo de sentir.

      Mas há algo comum a todos nós. É que, quando abrirmos a concha, o coração vai sair-nos pela boca, não vamos conseguir expressar o que sentimos, de tão forte e tão intenso que é.  
     Todos procuramos o amor, mas ele vem sempre a perseguir-nos, pois desde que nascemos que a felicidade nos quer encontrar. O amor é certo e mágico.  É algo inexplicável, a vida à flor da pele. O amor é bom, senti-lo ainda é melhor!

      Daniel Fernandes e Leonor Vaz



O Nascimento de Vénus de Botticelli

quarta-feira, 23 de março de 2016

Memória


O MEU PRIMEIRO VOO


         No verão de 2012, a minha família foi convidada por uns amigos que tinham acabado de se mudar para Madrid, para passar férias na sua nova casa.
         Como eu não gosto de fazer viagens longas de carro, pedi aos meus pais para irmos de avião (seria a minha primeira oportunidade de andar de avião!).
Na noite anterior eu não conseguia adormecer, porque estava muito entusiasmado com a viagem. Já era muito tarde quando adormeci e por isso de manhã, quando a minha mãe me acordou, estava cheio de sono. Quando me apercebi de que a aventura ia começar, rapidamente me vesti e me preparei para ir para o aeroporto.
Lembro-me bem de toda aquela azáfama no aeroporto, com muita gente de um lado para o outro a puxar as respetivas malas. Depois de passarmos pela segurança, fomos para a porta de embarque e eu mal podia esperar para entrar no avião.
Finalmente tinha chegado o momento tão esperado! Cinto de segurança apertado e tudo a postos para descolar. Em poucos minutos, tudo parecia muito pequenino, as casas, os carros, a ponte… A melhor parte foi atravessar as nuvens. Pareciam algodão doce!

A viagem foi muito curta e, pouco tempo depois, o piloto anunciou que íamos aterrar no aeroporto de Madrid. Lembro-me que, naquele momento, fiquei triste porque a minha primeira viagem de avião tinha acabado muito rapidamente, mas sabia que no regresso a aventura se ia repetir!


  Gonçalo Dores


terça-feira, 22 de março de 2016

Texto de Halloween




SEXTA-FEIRA 13


Numa sexta-feira, dia 13 de outubro, Mary acordou triste e deprimida. Mal abriu os olhos, desatou a chorar até que as lágrimas do seu choro se transformaram em sangue escuro. Sem dar conta de nada, desceu as escadas para tomar o pequeno-almoço junto do resto da família, mas no lugar da sua irmã mais nova estava uma boneca de porcelana, de cabelos negros, compridos e olhos vermelhos.
- Olá! – cumprimentou a boneca, levantando-se.
Mary não sabia se estava dentro de um pesadelo ou se aquela boneca era real. Beliscou-se uma vez, houve uma falha elétrica. Beliscou-se outra vez e a boneca avançou na sua direção. Beliscou-se uma terceira vez e viu-se um relâmpago que iluminou toda a cozinha que, estranhamente, estava mergulhada na escuridão.
- Olá! – repetiu a boneca – O meu nome é Crocas.
- O que é que queres de mim? – perguntou Mary assustada.
- O meu nome é Crocas... – repetiu aproximando-se.
- Afasta-te!
- O meu nome é Crocas... – voltou a dizer começando a andar com uns passos cada vez mais pesados.
De repente, a boneca começou a flutuar e ouviram-se gritos e sons estranhos, vindos de todos os lugares.
- O que é que fizeste com a minha família? – perguntou Mary enquanto recuava para a sala.
A divisão estava muito escura e fria. Mary só via a cara da boneca, iluminada por baixo, como se tivesse uma lanterna junto ao queixo. Mary desatou aos gritos, até não conseguir gritar mais.
- Crocas é amiga. Crocas não faz mal a Mary. Crocas só quer ser amiga da Mary – disse a boneca ficando a última palavra a ecoar pela sala.
Mary encostou-se a uma parede e desatou a chorar sangue. Quando olhou para as suas mãos, reparou que estavam cobertas de feridas. Tentou limpar, mas em vão. A boneca aproximava-se lentamente de Mary, gritou de forma esganiçada e, por fim, suspirou...
Na parede onde Mary estava encostada, abriu-se uma porta e a rapariga caiu.
- Ups! – ouviu-se ao longe.
Na queda, Mary pensou que tudo tinha terminado, mas ao bater no chão, era fofo e, no meio da escuridão, apenas se via uma cruz desenhada.
- Crocas é amiga... – ouviu-se em sussurro, do lado direto.
Mas Mary só conseguia ver um espelho parecido ao que tinha no seu quarto. No espelho, conseguia imaginar-se bonita como era: cabelos pretos esticados, olhos castanhos, mas para lá do vidro, pareciam surgir dois olhos vermelhos. Olhou para trás, não viu nada. Voltou a olhar para o espelho e viu a boneca atrás dela. Sentiu algo pontiagudo, talvez uma faca, a ser espetada, pelas costas.
No espelho, surgiram refletidos vários esqueletos junto da imagem de Crocas. Mary, era um deles.

- Crocas é amiga... Sempre foi! – finalizou a boneca por entre gritos de terror...

Bruna Fernandes



segunda-feira, 21 de março de 2016

Crítica a um filme



MINIONS NOS MÍNIMOS


        E se vos dissermos que está aqui um dos filmes de animação e fantasia mais esperados pelo público infantil, na sequência de "Gru: O Maldisposto"?
         Realizado nos Estados Unidos e lançado em Portugal a 23 de julho de 2015, este filme já era muito ansiado por todo o mundo, não só pelas crianças, mas principalmente pelos adultos. 
        Antes da explosão do movimento hippie, do primeiro homem na Lua, do ponto alto dos Beatles e dos Rolling Stones, sim, muito antes do Gru ou de mim, antes de todos nós chegarmos à Terra, estes bichinhos amarelos comedores de bananas já habitavam o nosso planeta, sempre em busca de um vilão para adorar e servir, para justificar a sua pequena existência. Essa é a motivação inicial de "Minions", o filme que tem como objetivo contar a origem de tudo. 
      Já foi visto em inúmeras salas de cinema por todo o mundo, mas tem deixado muito a desejar, pois a audiência não se identifica com a linguagem das personagens principais e as cenas insistem muito em momentos que são mais disparatados do que cómicos.
         O filme termina sem deixar saudades, sem deixar no ar uma vontade de repetir a experiência, fica a sensação de que a propaganda foi muita, as expetativas também, mas da sessão, pouco se aproveita para além do trailer, anunciado vezes sem conta na televisão.
       Apesar disso, o filme já arrecadou biliões de euros contra um total de orçamento de 74 milhões, sendo atualmente a quarta maior bilheteira de 2015, a segunda animação de maior bilheteria e a 10ª maior bilheteira da história.

Mariana Almeida




quinta-feira, 17 de março de 2016

Produção escrita livre a partir de um título




TUDO O QUE TENHO CÁ DENTRO




          Nós não somos só feitos de órgãos, pele, sangue e osso. Também somos feitos de sentimentos.
          Num mundo de aparências, mostramos mais o que somos por fora do que aquilo que somos por dentro e, muitas vezes, o que falta por fora temos dentro de nós.
         As pessoas mostram muito o que não são. Mostram nas suas atitudes o que fingem ser e são interpretadas por aquilo que fazem, sem ser aquilo que realmente são.
         Eu sei que por vezes exagero, mostro o pior de mim, mas isso acontece porque a maior parte das pessoas não me conhece de verdade, não sabe o que eu sinto, não acredita que eu tenho melhores lados. Então, eu faço o que as pessoas esperam de mim.
          O que tenho cá dentro é tudo o que sou. E eu sou uma pessoa normal, um ser humano como os outros.  Mesmo quando alguém me olha como se eu fosse diferente, eu não deixo de ser igual a todas as pessoas.


E, no fim de contas, eu sou alguém que  gosta de se sentir diferente, mas que, por vezes, gostava apenas de ser igual a todos os outros. 

                                                       Leonor Temporão



quarta-feira, 16 de março de 2016

BEM-VINDOS AO NOSSO ESPAÇO DE ESCRITA!



8ao Contrário - O nosso espaço de escrita



Somos 26 alunos do 8º ano do Colégio do Vale, na Charneca de Caparica e decidimos partilhar alguns textos que produzimos nas aulas de Português.
Esperamos que gostem e que nos acompanhem sempre!





Foto tirada em setembro, na atividade de escrita "Letras na Areia",
na praia da Fonte da Telha.