segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Texto a partir de sensações


NO ACAMPAMENTO


Meros troncos de árvore sem vida pousados na terra húmida, acabavam de ganhar vida, formando uma chama encarnada chamativa.
Nas tendas, o calor do fogo aquecia o corpo das crianças inocentes, mas essa paz falsa ficaria por pouco tempo.
Rajadas de vento passavam, mas nenhuma era suficientemente forte para apagar a pequena chama de fogo, que germinava nos troncos de árvore velhos.
Era uma pequena chama de luz. Mínima. Mas suficiente para já se sentir o cheiro da madeira queimada.
Continuava de noite, no acampamento.
Pouco a pouco, os sonhos transformaram-se em pesadelos acordados. Num abrir e fechar de olhos, todos corriam de um lado para o outro, em pânico, hesitantes entre salvar-se ou salvar o que restava.
Ouvia-se o medo das crianças que, aos gritos, cortavam o silêncio da noite. Para as crianças, já não estava reservada a doçura das gomas nem dos rebuçados, pois o destino trouxera um travo de amargura para aquelas férias, que poderiam ter sido inesquecíveis...


Violeta Sena Penedo

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