NO
ACAMPAMENTO
Meros troncos de árvore sem vida pousados na terra
húmida, acabavam de ganhar vida, formando uma chama encarnada chamativa.
Nas tendas, o calor do fogo aquecia o corpo das crianças
inocentes, mas essa paz falsa ficaria por pouco tempo.
Rajadas de vento passavam, mas nenhuma era suficientemente
forte para apagar a pequena chama de fogo, que germinava nos troncos de árvore
velhos.
Era uma pequena chama de luz. Mínima. Mas suficiente para
já se sentir o cheiro da madeira queimada.
Continuava de noite, no acampamento.
Pouco a pouco, os sonhos transformaram-se em pesadelos
acordados. Num abrir e fechar de olhos, todos corriam de um lado para o outro,
em pânico, hesitantes entre salvar-se ou salvar o que restava.
Ouvia-se o medo das crianças que, aos gritos, cortavam o
silêncio da noite. Para as crianças, já não estava reservada a doçura das gomas
nem dos rebuçados, pois o destino trouxera um travo de amargura para aquelas
férias, que poderiam ter sido inesquecíveis...
Violeta Sena Penedo
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