terça-feira, 11 de outubro de 2016

Texto a partir de uma sequência comum

Julgo que herdei ....




       Julgo que herdei da minha avó a vontade de acordar cedo, para assistir ao nascer do sol. Faço-o esteja onde estiver, em qualquer parte do mundo , a qualquer hora e em qualquer estação do ano em que nos encontremos.
       Geralmente estou em casa e, todos os fins de semana, acordo por volta das seis da manhã, para assistir ao início de mais um dia, a partir da janela do quarto dos meus pais, que é onde se tem a melhor perspetiva.
       A minha avó acorda sempre a essa hora e foi ela que me ensinou  que, quando nasce o sol, começa também mais um dia e, por isso, todos devíamos estar acordados para admirá-lo, pois cada manhã é uma dádiva. Se olharmos o sol, pela manhã, percebemos que ele não é só a nossa fonte de luz e calor, que não precisamos só dele para viver, mas que também ele é responsável por acordarmos felizes e andarmos todos os dias bem dispostos.
       Enquanto viver, vou apreciar cada novo dia e, ao contemplar o nascer do sol, recordarei sempre a minha avó.

       Mariana Neves




      Julgo que herdei do meu quadro a razão de viver, pois entendo, como mais ninguém, alguns dos seus contrastes e relaciono-os com a minha vida, com o meu dia-a-dia.
     Aquele quadro de cores fascinantes, de traço perfeito, leva qualquer pessoa a pensar em tudo o que fez, no que podia ter feito, naquilo que ainda faz ou poderá fazer. Os contrastes são perfeitos, pois as cores tristes e as cores alegres são tal e qual como a vida e contam-nos a história que queremos ler naquele momento.  
       Quando estou triste, foco-me nas suas cores mais cinzentas, nos traços mais indefinidos. Quando estou feliz, identifico-me com as formas mais coloridas e leves. 
      A imagem do quadro do meu quarto nada tem a ver com o mundo humano. É uma paisagem diferente, mas ao mesmo tempo atraente, pois tira-me do meu cantinho, e leva-me a imaginar para além daquilo permitido a uma simples mente humana. Herdei dele a viagem e o sonho, o contraste e a vontade de ser... Real!

        João Barreira




      Julgo que herdei da minha cama o gosto de sonhar. Faço-o todos os dias, por vezes sozinho, por vezes acompanhado, até porque sonhar é uma arte e quem não gosta de um bom pintor? Também há sempre quem goste de um bom sonhador.
    Por vezes penso que, se a pessoas não lutassem pelos seus sonhos e se não tentassem concretizá-los, até poderíamos ter um mundo melhor, mas a culpa não é dos sonhos, mas de alguns sonhadores.
     Seja como for, é importante que haja sonhadores, porque sem eles não há sonhos e sem sonhos é impossível sonhar!
       Enquanto houver tempo no meu tempo, vou sonhar! Acordado e a dormir, no meu quarto ou em qualquer lugar!

      Ricardo Costa

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